quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Estados Unidos continuam sacudindo as bolsas mundiais

A turbulência gerada pela crise do crédito imobiliário dos EUA vem acarretando recuo do investimento de empresas, ou até mesmo levando algumas à falência, o que conseqüentemente resulta em um alto número de demissões.
Em suma, a crise está localizada em torno da zona de alto risco de inadimplência, devido ao alto custo dos juros cobrados. O temor maior é que essa inadimplência - pertencente ao grupo chamado de “subprime” (nome designado aos inadimplentes) supere o setor unicamente imobiliário, onde vem se concentrando, e se estenda pelos outros setores da economia, e então o ritmo de consumo das famílias americanas acabaria desacelerando acentuadamente em curto prazo.
A falência da companhia American Home Mortgage Investment Corp é um exemplo dessa crise. A empresa de créditos imobiliários “quebrou”, declarando falência em 13 de agosto. Michael Strauss, presidente da empresa, diz que reduzirá o número de fucionários de 7 mil para 750, resultando em um total de 90% de funcionários demitidos, e explicou ainda que esse número não tem nada a ver com a produtividade da empresa, mas com as condições do mercado.

Saiba mais: http://g1.globo.com/Noticias/Economia/0,,MUL83580-5599-1031,00.html

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Caso Madeleine

O caso da menina inglesa Madeleine McCann, 4, desaparecida em Portugal em maio passado, adquiriu novas proporções nas duas últimas semanas. Agora, os pais da garota foram oficialmente considerados suspeitos de seu desaparecimento pela polícia portuguesa. As suspeitas foram levantadas após a polícia encontrar sangue em um carro alugado pelos pais de Maddie, Gerry e Kate McCann. Além do sangue - que ainda não se sabe se é de Madeleine -, foi encontrada uma quantidade grande de cabelo da menina no carro.
Desde que a garota inglesa desapareceu, amigos do casal e os próprios pais já foram chamados inúmeras vezes a depôr. Como as inconsistências nos depoimentos eram inúmeras, a polícia portuguesa passou a investigar o casal. Foi ainda encontrada uma seringa no quarto em que se hospedava a família, e a polícia cogita que, acidentalmente, Gerry e Kate tenham dado uma dosagem grande de calmante para a filha dormir, matando-a de overdose e escondendo o corpo depois.
Uma outra possível hipótese é que, após matarem sua filha acidentalmente, o casal McCann tenha transportado o corpo da filha para perto de uma igreja na cidade de Praia da Luz, e, algum tempo depois, o tenha despejado em algum lugar.
Madeleine McCann desapareceu em maio passado enquanto seus pais comiam em um retaurante próximo à casa alugada em Praia da Luz, Portugal. Deixar filhos pequenos totalmente sozinhos em casa é considerado crime no Reino Unido.

Especial: Imigração ilegal

O Podcast abaixo é de um jornalista britânico, Philippe Legrain, que publicou recentemente um livro entitulado "Immigrants: Your Country Needs Them". O áudio está em inglês, mas é muito fácil de entender. É uma palestra dele sobre os efeitos positivos da imigração no mundo inteiro. (por ser britânico, ele exemplifica mais com a Europa, mas o que ele fala vale para qualquer país).
Como não consigo fazer upload de podcasts ou vídeos aqui - sempre dá errado -, copiem e colem o link!

www.timbro.se/mp3/legrain_speech_070521.mp3

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Especial: Imigração ilegal

CRÔNICA

Sobre imigração e estranhezas do mundo

Por Lucas Hackradt

A tal da imigração é um assunto que, hoje, não sai de pauta. Literalmente. Todos os dias – tudo bem, talvez não no Brasil -, jornais do mundo todo publicam matérias sobre o tema. Em alguns lugares as notícias adotam uma posição favorável à imigração, em outros, adotam uma posição desfavorável. É uma verdadeira pedra no sapato das pessoas, pois o assunto é polêmico e ninguém sabe ao certo se a imigração é algo bom ou ruim. Aliás, quem decide isso?
A real polêmica que gira em torno do assunto é a imigração ilegal. Como a maioria dos países ricos não quer que sua população tenha seus empregos roubados pelos diabólicos imigrantes, são criadas leis anti-imigração que impedem pessoas de países pobres de se mudarem e/ou trabalharem no primeiro mundo. O problema é que isso obriga aqueles que buscam uma oportunidade a procurá-la pelas vias obscuras. Oras, se não há como viver bem legalmente, viva-se bem ilegalmente!
O que falta para os governos ricos entenderem é que a imigração não é esse bicho de setenta cabeças – se fossem só sete o mundo seria um lugar tão melhor - que eles acham que é. Sem os milhões de latinos que trabalham nos EUA, que seria de George W. Bush? Se não fossem pelos milhões de africanos que moram na Europa, teria o velho continente o prestígio que tem hoje? (aliás, somente uma observação: o time nacional de futebol francês, tão bem cotado, não deve ter mais que 4 jogadores que sejam realmente de origem francesa).
Há estudos que comprovam que nem os EUA e nem a Europa sobreviveriam sem a existência dos malvados imigrantes. A verdade é que os estrangeiros respondem por uma parte imensa das economias ricas. Isso não parece absurdo? Não é o que diriam as milhões de Dolores que limpam as casas dos milionários do primeiro mundo. (que me desculpem as Dolores, mas foi o nome mexicano mais genérico que encontrei).
O preço a pagar por querer ter uma vida melhor nos EUA parece ok para os imigrantes. Pela bagatela de R$11 mil, compra-se um bilhete que dá direito a uma luxuosa viagem em um camburão especial para imigração, juntamente com outras 40 pessoas – no carro cabem, normalmente, umas 25. O carro cruza a fronteira entre o México e os EUA geralmente por um terreno extremamente próprio, cheio de buracos; a refeição, servida por belos mexicanos troncudos e mal-humorados, vem uma vez por dia. Quando chega-se aos EUA, todos são despejados em algum lugar, e o carro volta para o México para buscar novos passageiros. Justo, não? Enquanto isso, voa-se, pela American Airlines, pelo mesmo preço em condições extremamente piores – a primeira classe nem nos dá o direito a manter contato humano!
E o que os estadunidenses fazem com as pessoas que, após tanto trabalho e dinheiro gasto, chegam ao seu país simplesmente para trabalhar e ajudar os EUA a crescer? Deportam-nas de volta, é claro! Este mundo está realmente muito estranho. Fazer compras na quinta avenida é permitido; trabalhar, não. Talvez seja mais um daqueles ideais norte-americanos. Vai entender.
Mas a questão verdadeira é: e o Brasil nessa história toda? Bem, nossa pátria amada também é uma potência mundial cheia de imigrantes! Vejam só! E ainda tinha gente que achava que nosso país era decadente. Só em São Paulo, existem inúmeras comunidades de bolivianos, peruanos, panamenses, guatemaltecas e outros hispânicos que aqui vivem. Igual aos EUA. Há aqui também, como na Europa, africanos, asiáticos, gente de todos os cantos do mundo. Existem inclusive europeus e norte-americanos. Qual a diferança, então? A diferença é que o Brasil, um país pobre, nenhum problema vê em seus imigrantes. Não quer matá-los, impedir sua entrada no país e nem deportá-los. O Brasil quer simplesmente regularizar a situação dos ilegais e, assim, tirar proveito deles. Foi como eu já dissera: esse mundo é tão estranho.

Especial: Imigração ilegal

Imigração ilegal: um problema mundial
O problema da imigração ilegal volta à tona. A construção de um muro na fronteira com o México, é a cartada dinal dos EUA para diminuir o fluxo migratório entre os dois países. A situação dos mexicanos nos EUA é cada vez mais problemática.
Por Antéia Orteiro
E
Natália Simões


Imigração não é um assunto recente. Desde que países começaram a despontar como grandes potências, milhares de pessoas saem de seu lugar de origem a procura de novas oportunidades em locais onde a vida parece ser mais fácil.
Essa movimentação de indivíduos pode acontecer entre diferentes países ou ainda dentro de um mesmo país. No Brasil, por exemplo, onde a desigualdade é tão grande quanto o próprio território do país, é comum que pessoas saiam do nordeste e se desloquem até o sudeste, região mais desenvolvida do país.
Além da imigração dentro de um mesmo país, é ainda mais comum a imigração ilegal entre diferentes países. Os Estados Unidos recebem diariamente milhares de imigrantes ilegais que tentam superar as fronteiras em busca de melhores condições de vida. A maioria desses imigrantes são latinos e tentam entrar no país passando pelo México. Para isso, se submetem a grupos instalados nas fronteiras que cobram grandes quantias para atravessá-los em péssimas condições. Há nos Estados Unidos grandes movimentos de imigrantes que lutam para serem legalizados.
O problema é que essa migração causa grandes conseqüências nos centros urbanos. Os imigrantes, constantemente, não encontram exatamente aquilo que desejavam e continuam nas mesmas condições - ou ainda piores. Assim, aumenta o índice de desabrigados e aumenta a desigualdade nas grandes cidades. A solução para esse problema seria um investimento, um suporte financeiro do governo que suprisse as mínimas necessidades humanas para que não se mostrasse necessário a esses imigrantes mudar-se para outras regiões.
Segundo um estudo divulgado pelo Centro de Estudos sobre Imigração dos EUA, a cada ano, cerca de 1,6 milhão de imigrantes se estabelecem no país; até 2060, quando o país chegar a 468 milhões de habitantes, os imigrantes somarão 105 milhões. O presidente dos EUA, George W. Bush, afirma ser favorável a uma proibição permanente de ingresso no país de imigrantes ilegais. Nas novas propostas para reforma da lei imigratória, Bush defende a idéia de que aquele que for pego cruzando ilegalmente a fronteira, não só será deportado como será proibido de entrar novamente no país por toda a vida. Tais declarações provocam grandes manifestações de migrantes, tanto aqueles que conseguiram se estabilizar quanto aqueles que ainda sonham com tal legalização.


Elvira Arellano, deportada mês passado de volta para o México. Fonte: AFP,http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/08/070820_imigrante_mexico_mv.shtml>BBC Brasil

Ultimamente, o foco desse tema tem ficado no caso da mexicana Elvira Arellano, que lutava para permanecer nos EUA com seu filho e foi deportada. O caso tomou proporções mundiais após Arellano ter ficado refugiada durante um ano em uma igreja em Chicago para que não se separasse de seu filho Saul, de oito anos, e cidadão americano. A repercussão do caso fez com que Saul fosse ao Congresso mexicano fazer um apelo pessoal para que o processo de deportação da mãe fosse interrompido. Porém, autoridades americanas disseram que, para evitar que a família fosse separada, a mãe deveria levar o filho com ela para o México.

Mexicanos nos EUA

Um estudo da Academia Nacional de Ciências mostra que os níveis atuais de imigração, considerando-se tanto legais como ilegais, não se aproxima do número alcançado entre 1850 e 1930. Durante essa fase, a busca por construir uma vida no Novo Mundo fez com que houvesse um grande número de imigrações européias para os Estados Unidos. Apesar da busca pela ascensão não ter se realizado, e a maioria dos imigrantes terem permanecido nas classes mais baixas, seus descendentes conseguiram se tornar americanos comuns, casados com outros grupos étnicos, pertencentes à classe média e de idioma inglês.
Hoje, por outro lado, os imigrantes já não se consideram parte do grupo étnico. Segundo Samuel P. Huntington, professor da Universidade de Harvard, os mexicanos, particularmente, acabam sobrecarregando as fronteiras e o mercado americano, e a aceitação da imigração já não acontece. A não-incorporação dos imigrantes europeus, segundo Huntington, pode gerar uma sociedade latina separada, com valores e culturas distintos.
As diferenças culturais entre os mexicanos-americanos e o restante da sociedade americana é o motivo pelo qual algumas pessoas são contra a imigração mexicana nos EUA. A expressão “inferioridade cultural” seria, para a maioria da população norte-americana, e para todos aqueles que criticam a imigração, o motivo pelo “preconceito”.
Muitos estadunidenses dizem ser contra o investimento financeiro do governo em imigrantes pois as diferenças persistirão com o tempo, já que os imigrantes que vão para os Estados Unidos levam, em sua maioria, mulheres e crianças que se recusam a adotar a cultura americana.
Por outro lado, um artigo do American Journal of Political Science de 1996 aponta dados para a predoninância de mexicanos bilíngues nos EUA, que teriam a mesma paixão pelos Estados Unidos do que pelo seu país nativo. Porém, por mais que esses imigrantes, legais ou não, tentem preservar sua cultura nativa, acabam se adaptando, no sentido de aprender a língua inglesa e absorver a cultura para conseguir ascender socialmente.


O muro no méxico

Uma medida contra o forte fluxo imigratório nos EUA foi a aprovação, pela Câmara norte-americana, em 15 de dezembro de 2005, com 260 votos a favor e 159 da construção de um muro na fronteria entre os Estados Unidos e o México. A barreira, além de conter o tráfico de drogas e a entrada de terroristas no solo americano, visa, principalmente, evitar episódios como o 13 de janeiro de 2001, onde mais de 2 mil imigrantes morreram na fronteira entre os dois países.
O muro, que terá 1.100 quilômetros de comprimento, detectores de movimento e iluminação noturna, está avaliado num custo de US$ 6 bilhões (R$ 12,9 bilhões), e será realizado nos Estados da Califórnia, Arizona, Novo México e Texas.
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, assinou a lei poucas semanas antes das eleições de sete de novembro. Para ele a construção do muro significará um passo importante para o aumento da segurança de fronteira, pois a imigração ilegal vem aumentando por não terem controle total de suas fronteiras. Durante a cerimônia, Bush afirmou: “Temos a responsabilidade de assegurar a segurança em nossas fronteiras. Levamos essa responsabilidade a sério.” A opinião pública americana vêm se mostrando favorável á isso.
Membros do Conguate (Coalisão de Imigrantes Guatemaltecos) estão reunindo assinaturas de imigrantes latino-americanos que moram nos EUA para impedir a realização do projeto, para entregar a lista de assinaturas à senadora democrata Diane Feinstein (Califórnia). Assim, ela poderá votar contra a lei Sensenbrenner, que irá autorizar a construção do muro nas fronteiras e penalizará quem admitir empregos para imigrantes ilegais.
Segundo a antropóloga Elizabeth Brandt, da Universidade do Arizona, esta atitude é proveniente de um sentimento anti-imigrante, e “já que os imigrantes ilegais terão mais dificuldades em chegar aos Estados Unidos, isso irá afetar a indústria agrícola e de construção, que depende dessa mão de obra".
Para o bispo auxiliar do Distrito Federal mexicano, monsenhor Gregorio Rosa Chávez, o projeto irá dividir o mundo entre opostos (norte e sul, pobres e ricos), por isso se trata de uma ofensa à dignidade humana.
A barreira vem sendo comparada ao muro de Berlim, na Alemanha, destruído em 1989. Muitas críticas surgiram com a aprovação do projeto. A Associação de Xerifes do Estado americano, o governador do Texas, Rick Perry e Janet Napolitano, governadora do Arizona, são contra à medida. Napolitano afirmou que "no momento em que for construído um muro de 15 metros, alguém construirá uma escada de 15,5 metros".

Fontes consultadas:

matérias diversas sobre o tema "imigração" em:
Folha de São Paulo
O Estado de São Paulo
BBC Brasil